domingo, 12 de maio de 2013

Animais falantes

Mote

Entre os animais falantes
O poeta é o que mais
Diz coisas interessantes
Aos colegas racionais

J. C. Ari dos Santos

Glosa

Se uns "zurram", outros "berram"
Embora animais falantes
Dizem tretas fascisantes
Mesmo sabendo que erram.
A estupidez que encerram
Em neurónios petulantes
São como "urros" constantes
De quem pouco sabe dizer
Mas muito pensam saber
Entre os animais falantes.

"Ladram" aqui, "rugem" além
Sua raiva interior
Não sabem o que é amor
Nem o que o amor contém.
Por isso lhes fica bem
Saberem por que jamais
Serão daqueles homens tais
Com amor no coração.
Nobre é esta alusão:
O poeta é o que mais.

Vê a vida deformada
P'lo que "uiva" sem saber
E que apenas quer viver
P'ra servir uma cambada
Ganhando sem fazer nada
Ao lado desses tunantes
Ferozes participantes
Da nossa sociedade.
O poeta é a verdade
Diz coisas interessantes.

Há os que "arrulham", também
Como pobres pombas mansas
Roubando as esperanças
Que a nossa vida tem,
Por isso mesmo convém
Avisar todos e jamais
Esquecer que estes tais
Q ue "ladram" e "arrulham"
São os que mais trafulham
Os colegas racionais.

José Diogo Júnior