quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Político Mau

Passa o poeta cantando
Os seus versos populares
E o músico tocando
Alegra todos os lares

Já o político "coitado"...
Não canta, nem assobia
Mas p'ra mal do nosso fado
Mete a mão onde não devia

No fim do mundo a bruma
No fim da vida a morte...
No fim saudade nenhuma
Não sei se será uma sorte

Disse por fim o poeta
Que não tinha que dizer
Deixando a obra incompleta
Para quem o queria ler

E veio a música depois
Com quem a podia dar
Dizendo que nós os dois
Deitamos o malandro ao mar

Mas, ele há sempre uma dança
Fragata, ou submarino
Ou uma santa aliança
P'ra inverter o destino

E não é que os malandros
Invertem todos os trilhos
Dos mais diversos meandros
P'ra roubarem nossos filhos

Depois de nos roubarem
Sonhos, anseios, afetos...
De nossos filhos enganarem
Irão roubar nossos netos

É tempo, pois, de acordar
Dizendo ao político mau
Hei-de deitar-te no mar
Mas antes dou-te c'um pau

Resolvemos o problema
Como anteas à "cachaporra"
Acabando com o dilema
Que nos tem "lixado"!... Porra!...


José Diogo Júnior

sábado, 11 de abril de 2015

Poema Triste

Aminha mocidade crucificaram
Em cruz de verde pinho ornamentada.
Ao lado, foi minh'alma sacrificada
E nunca os algozes se explicaram.

Levaram com eles tudo o que roubaram
Em nome da Pátria violada.
Em nome do dever, esta cambada,
A mocidade de tantos crucificaram.

Hoje, envergonhados, fingem esquecer
Aqueles que cumpriram o seu dever...
As promessas, essas, ficaram por cumprir!...

A mocidade crucificada não morreu!...
Vive com o poeta que escreveu
Este poema triste... Que nos faz rir!...

José Diogo Júnior

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Fado Pardacento


No silêncio do meu fado
Vive um fado pardacento
De noite chora a meu lado
De dia ri como o vento.

E se procuro entender
Porque de noite não ri
Meu fado chora por ter
Tanta saudade de ti.

Tento então perguntar
Porque se ri como o vento
Depois do dia raiar...

Mas meu fado pardacento
Só se ouve assobiar
Na triste flauta do vento!...

José Diogo Júnior