Passa o poeta cantando
Os seus versos populares
E o músico tocando
Alegra todos os lares
Já o político "coitado"...
Não canta, nem assobia
Mas p'ra mal do nosso fado
Mete a mão onde não devia
No fim do mundo a bruma
No fim da vida a morte...
No fim saudade nenhuma
Não sei se será uma sorte
Disse por fim o poeta
Que não tinha que dizer
Deixando a obra incompleta
Para quem o queria ler
E veio a música depois
Com quem a podia dar
Dizendo que nós os dois
Deitamos o malandro ao mar
Mas, ele há sempre uma dança
Fragata, ou submarino
Ou uma santa aliança
P'ra inverter o destino
E não é que os malandros
Invertem todos os trilhos
Dos mais diversos meandros
P'ra roubarem nossos filhos
Depois de nos roubarem
Sonhos, anseios, afetos...
De nossos filhos enganarem
Irão roubar nossos netos
É tempo, pois, de acordar
Dizendo ao político mau
Hei-de deitar-te no mar
Mas antes dou-te c'um pau
Resolvemos o problema
Como anteas à "cachaporra"
Acabando com o dilema
Que nos tem "lixado"!... Porra!...
José Diogo Júnior