segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Perfeita e Cheia

Mote

Em tudo perfeita e cheia
De tão suave harmonia
Que, nem por pouca recreia
Nem, por sobeja, enfastia

Luís Vaz de Camões em Babel e Sião

Glosa

Minha terra é um amor
A perfeita nostalgia
Quer de noite, quer de dia
Sinto em mim o seu fervor.
Inesquecível esplendor
É um sol a minha aldeia
Nunca me sai da ideia
Por ser tão linda, tão pura
E pela sua brancura
Em tudo perfeita e cheia.

Na sua linda igreja
Em honra de S. Mateus
Os fiéis oram a Deus
Pelo pão que se deseja.
Para que ninguém esteja
Longe dessa alegria
Deus filho morreu um dia
Pelos maus crucificado
Deixando o ar perfumado
De tão suave harmonia.

Perfeito enamorado
Da terra onde nasci
Dela nunca me esqueci
Nem me senti olvidado.
Mas, procurando o passado
Em noites de lua-cheia
A minha paixão passeia
Silenciosa na rua.
É esta saudade tua
Que nem por pouca recreia.

Cá longe vou-me lembrando
De tudo o que lá vivi
Das saudades que reparti
P'los sonhos que fui sonhando
Pois sempre fui admirando
No calor de cada dia
Das "gentes" a alegria
Essa amizade que me dão
Que nem por pouca digo não
Nem por sobeja enfastia.

José Diogo Júnior

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