segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Primeira Palavra

Mote

Disse a primeira palavra
Na madrugada serena
Um poeta que cantava
O povo é quem mais ordena

J. C. Ari dos Santos

Glosa

O povo é quem mais trabalha
E disso ninguém duvida
A não ser quem nesta vida
Por tudo e nada lhes ralha.
Gente reles e canalha
Que nossos campos não lavra
Mas produto da safra
Nas mãos lhes há-de parar
E um poeta a cantar
Disse a primeira palavra.

Longe vai a madrugada
Por muitos já esquecida
Onde arriscaram a vida
Capitães da alvorada.
Hoje, ninguém dá por nada
Acham que não vale a pena
Muita gente até condena
Quem se lembra, quem defende
Quem sabe,quem compreende
Na madrugada serena.

Não podemos esquecer
Quem por nós arriscou a vida
Podendo até ter guarida
Entre os donos do poder.
Esquecer? É reconhecer
Valor a quem nos tramava
A quem tudo nos roubava
Até mais não poder ser.
Surgiu naquele amanhecer
Um poeta que cantava.

Lembrar é contribuir
É dar um pouco de nós
É mostrar a nossa voz
É deixar a alma rir.
Pois ainda está p'ra vir
Daquela vila morena
A harmonia serena
Que faz a democracia
Onde cante a cotovia
O povo é quem mais ordena.

José Diogo Júnior

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